O grande esforço da Prefeitura de Imbé visando a liberação do Monitoramento da Pesca do Bagre na região do estuário do Rio Tramandaí deverá ser afetado devido ao não repasse de recursos pelo Governo Federal. A Prefeitura realizou um convênio com a União para repasse de R$ 1,3 milhão a serem utilizados ao longo dos três anos e meio de duração do projeto, entre o Centro de Estudos Costeiros, Limnológicos e Marinhos (CECLIMAR-UFRGS) e a Prefeitura. No entanto, o Governo Federal ainda não cumpriu o seu compromisso com o repasse dos recursos, e a Prefeitura de Imbé, que já investiu mais de R$ 150 mil, com infraestrutura de trapiche para embarque e desembarque do pescado, balizamento na lagoa para colocação das redes, placas de informação e proibição da pesca da espécie Bagre, materiais de escritório, materiais gráficos de divulgação e uniformes de identificação do projeto, corre sério risco de não ser ressarcida. Desta forma, durante reunião com os professores da UFRGS/CECLIMAR Fábio Lameiro e Ignácio Moreno, coordenador do projeto, o prefeito Pierre Emerim convocou uma reunião entre pescadores e os órgãos envolvidos para a próxima segunda-feira (7), às 14h, na sede do CECLIMAR (Avenida Tramandaí, 976) em Imbé.
“O Governo Federal até este momento não está cumprindo a sua parte com o convênio firmado entre as instituições, e o pescador precisa saber o que está acontecendo nos bastidores do projeto e das dificuldades enfrentadas tanto pelo município quanto pela UFRGS. A União até agora não efetuou repasse algum e nem sinaliza qualquer interesse em realizá-lo nos próximos dias, mesmo com insistência e comprometimento do vice-prefeito Ique, que já esteve em Brasília por duas situações para tratar e resolver definitivamente esta demanda. O projeto é uma antiga reivindicação dos pescadores da região, especialmente a partir de 2014, quando a justiça proibiu a pesca do bagre por considerar a espécie ameaçada de extinção. Neste período realizamos todo um trabalho de resgate da pesca e do conhecimento empírico dos pescadores, porque nossa comunidade e administração está convencida que a espécie do bagre ocorre em abundância em nosso estuário, não se encontra em extinção e que esse programa deveria ser voltado ao pescador legítimo, que efetivamente tira dessa prática o sustento para sua família”, criticou Pierre.
Texto: Ronaldo Berwanger